domingo, 30 de dezembro de 2018

Crítica a Um Comentário

Ouvi um comentário de uma pessoa, uma mulher, que disse que as mulheres andam fazendo filhos esperando pelo bolsa família e que com a eleição de bolsonaro elas vão perder esse "privilégio", disse ela: bolsonaro vem ai pra acabar com isso.
Vejam pessoas, é compreensível tamanha ignorância vindo de alguém que não é estudante de uma Universidade Federal, especialmente do curso de pedagogia. Uma rápida análise desse discurso, traz a tona vários tipos de preconceitos e demonstra um nível de discriminação digna de pessoas ignorantes, exatamente o discurso ignorante que elegeu bolsonaro e sua família.
Esse pequeno e inofensivo discurso, demonstra, primeiro que a pessoa é ignorante em relação a constituição do seu próprio país que no artigo 6° diz: Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Depois demonstra preconceito e discriminação contra o pobre, "aporofobia"(Adela Cortina, Universidade de Valência). Discriminação e preconceito contra a mulher, "misoginia". Demonstra também que repete o discurso do opressor que é o discurso escravocrata, (discurso ainda tão arraigado na nossa sociedade e que precisa ser desconstruido) que fala que a mulher, especialmente as pobres,  não têm direito à maternidade, a independência, a autonomia e nem a felicidade, que devem ser submissas e dependente do homem, escrava do homem em outras palavras.
juniorringo@gmail.com: Nesse pequeno texto, que escrevo não como feminista (que não sou nem poderia ser) mas como alguém que compreende que a filosofia abrange (em sua forma polimorfa) o feminismo, ou seja, compreendo o feminismo como uma forma de expressão filosófica, (por isso existem filósofos que defendem o feminismo, e feministas que defendem a filosofia) procuro concordar com o que até aqui temos dado em nosso curso. Acredito que nós, como pedagogos em formação, estudantes universitários, não temos o direito de sermos ignorantes a respeito de certas discussões sociais e repetirmos, se não por ignorância por má fé, vícios preconceituosos e discriminadores e o discurso opressor e escravocrata que permeia nossa sociedade.[18:22, 25/12/2018]

domingo, 9 de dezembro de 2018

CONSERVADORISMO: Preconceito e discriminação


Existe uma relação de tempo e de pensamento de época para época que precisa ser levado em consideração. A cada geração, novas informações são divulgadas, novos ensinamentos são proporcionados, novos costumes surgem, novas formas de se expressar e de demonstrar sentimentos assim como novas maneiras de comportamentos e de relacionamentos, tanto fora quanto dentro da escola, nas comunidades urbanas e campesinas e mesmo no meio acadêmico por serem comportamentos sociais. 
Mudam as épocas e os costumes, novas tecnologias surgem e com essas novas tecnologias novas redes de relacionamentos se disseminam, atualmente são o que convencionamos chamar de redes sociais. Essas, diminuem as distâncias entre as pessoas, aproximam, mas também distanciam, pois são constituídas por pessoas de diferentes concepções políticas, ideológicas, de aprendizagens e de hábitos culturais diferentes. A diversidade e a compatibilidade de hábitos e culturas diferentes podem aproximar, de uma forma positiva, para que haja a construção de novas identidades mais tolerantes, ou distanciar, negativamente, pelas mesmas razões, política, ideológica etc., trazendo intolerância, discriminação e preconceitos.
Alguns hábitos e comportamentos são, ou inventados para não se modificarem, ou reproduções de hábitos que não se deseja que mudem por motivos político - ideológicos, por serem práticas sociais estabelecidas e que, se não mudarem, continuarão favorecendo grupos sociais, em geral mais favorecidos, e que detêm o poder sobre os mais diversos meios de produção, logo, detêm o poder sobre a formação do inconsciente coletivo, ou, do que se divulga como sendo o pensamento daquela geração. Essa reprodução do modelo conservador produz hábitos e costumes que serão vistos como novos hábitos e novos costumes, porém, muitas vezes não o são, ou, na maioria das vezes não são, como dissemos, são reproduções de costumes, hábitos que se desejam perpetuar, ou, como podemos ver atualmente, por conta das eleições brasileiras de 2018, institucionalizar.
Essa busca da classe dominante em perpetuar e, de uma maneira absolutamente inversa ao que se pode entender como desenvolvimento humano, institucionalizar dogmas conservadores, leva a construção de hábitos e costumes em geral discriminadores e preconceituosos. O modelo conservador, e aqui chamamos de modelo, por não considerarmos como pensamento a reprodução de hábitos e costumes existentes e que, com o passar do tempo foram adaptados, ou seja, não são pensados para ou com as novas gerações, mas apenas, como dissemos, reproduzidos e adaptados a essas novas gerações para que se tornem novos hábitos e costumes e sirvam de referência
Outros comportamentos que, aí sim, podemos considerar pensamento por serem críticos, adquiridos através não apenas do conhecimento acumulado das gerações anteriores, mas considerando as novas realidades de hábitos e costumes da geração atual pensando nas próximas gerações que virão, para que essas sejam menos discriminadoras e preconceituosas e não se comportem, justamente apenas reproduzindo discriminações e preconceitos que, em muitos casos, outras culturas já abandonaram por perceberem, ou acabarem percebendo, muitas vezes de maneira sofrida, que a reprodução de hábitos conservadores,  em geral discriminadores e preconceituosos não produzem efeitos positivos em suas sociedades, muito pelo contrário, levam, exatamente, ao que se pretende, enquanto sociedade civilizada, que não aconteçam mais, que são os distúrbios sociais motivados por discriminações e preconceitos.
Assim, a classe dominante, e consideramos classe dominante a elite que detêm os meios de comunicação e produção, busca adaptar seu modelo, inventando, principalmente através da manipulação da opinião das pessoas através dos mais diversos meios de comunicação, mentiras que, reproduzidas tantas vezes, acabam se tornando ou, se pretendem que se tornem “verdades” insofismáveis. Esse comportamento das elites é uma característica do modelo conservador, e podemos observar de maneira, hoje, muito clara, justamente por conta da evolução das novas tecnologias e, consequentemente, do surgimento e da multiplicação das redes sociais. O sentimento conservador disseminado nas redes sociais, fica a cada dia mais evidente, especialmente quando do acontecimento de eventos sociais, como, por exemplo, uma campanha eleitoral.
Essas considerações, ou compreensões, como queiram, foram pensadas a partir da vivência do autor que, desde muito cedo, enfrentou preconceitos e discriminações dos mais variados tipos, alguns, típicos de uma época que, se não fosse exatamente o modelo conservador, já poderiam ter sido superados porém, permanecem como que na expectativa de serem implantados novamente para serem, de novo, vividos pelas novas gerações, que, no Brasil, fruto do descaso com a educação, não se apercebem dos riscos desse modelo de reprodução conservadora de comportamento, que, a qualquer momento, dependendo de alguns “ventos”, fatores favoráveis, podem se reestabelecer.
Procurando identificar esse hábito de reprodução de comportamento, comum entre elites dominantes, especialmente referente à realidade que se apresenta óbvio, a sociedade em que vivemos, alguns chamam de fascismo, uns com conhecimento de causa, outros nem tanto.
David Soares da Silva Júnior 5° Período de Pedagogia UFPE - CAA

sábado, 1 de dezembro de 2018

Ciência, Metodologia e Desejo

Ciência, Metodologia e Desejo

Vivemos uma bela aventura
Falamos para representar coisas
Conscientes a inconsequente censura
Driblamos o mal, amando a ternura

Navegamos os mares de Antares
Explosões,larvas, fogo nos ares
Voltamos mais forte sem medo
Com ciência metodologia e desejo

Dividimos o Universo em mundos
Descobrimos que somos estrela
Transformamos tudo em poeira
Com o afeto que no peito estreita

Compartilhando sua humanidade
Sonho, felicidade, aprendizagem
Átomos,genes, seres, cumplicidade
Abraçamos momentos de eternidade





quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Iguais

O homem também se
Se você achar que não
Da pele que não é branca
Não é negra nem branca.

O homem também sofre
Sofre discriminação
Sofre e percebe sim
Outro sofrer também
Outro sofrer irmão.

Como desenganar alguém
Dizer não somos mais
Do que já fomos antes
Que não somos iguais,
Azuis, brancos, vermelhos,
Negros e coisa e tais.

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Poeta

Você diz que sou poeta
Lhe digo sou aprendiz
Por nem sempre conseguir
Todo sentimento traduzir

Você chama eu digo não
Você não chama eu digo sim
Tudo em mim me contradiz
Solidão, multidão sem ter país

Letra é alma e sentimento
Desencanto, abraço e partida
Cai sempre bem sob medida
Em quem sonha e acredita

Jorge Amado disse uma vez
Ao lhe perguntarem os porquês
Da sua arte verdadeira
Ser realista e tão suave

Respondeu com propriedade
De Itabuna com dignidade
Sou apenas um aprendiz
Aprendiz de Castro Alves

domingo, 18 de novembro de 2018

Meu Nome



Preciso ter o meu nome
Preciso ser feliz com ele
Aceitar nosso nome faz bem
Serei muito grato a quem
Aceitar o meu nome também.

Meu nome me identifica
Me leva de volta pra casa
Conta aos outros quem sou
Meu pai escolheu o meu nome
Minha mãe quem me batizou.

Mas olha pra minha surpresa
Meus amigos trocaram meu nome
Eduardo me diz que eu sou Jú
Pra Letícia meu nome é careca
Porque tenho pouco cabelo
E ele não chega na testa.

Mas eu também troco os nomes
Dos meus amigos e amigas
Tem uma que só chamo de Fá
Mas o nome dela é Fabíola
Ela olha pra tudo que é lado
Até pra meu nó no sapato.

Tem nome que é muito difícil
Não dá pra falar sem cortar
Nazaré eu chamo de Naza
Gabrielly tem que ser Gaby
Por isso a gente apelida
É que fica mais fácil assim.





sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Para Conceição

Animal criança sem infância
Que brincava sem lugar
A partir de 20 tem cuidados
Maternais e escola pra ficar.

Na época de 30
O Estado vai olhar
Melhorar a assistência
E quem ganha é o brincar.

Chega assim o fim de 30
Infantil agora é parque
Cabe toda a criançada
Dos 3 aos 12 é tudo molecada.

Em 32 os pioneiros
Manifesta escola nova
A infância é atendida
Desde a física a psíquica.

A criança é o desafio
A nossa lógica formal
Em seu mundo encantado
Expressar e brincar é natural.

A criança é competente
Pra lidar com o seu mundo
A História se transforma
A infância segue junto.

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Fênix (Dedicado ao ex. vice-presidente José Alencar, 1931-2011)


Esse verso, como todo verso que se faz, tem significados diferentes para quem lê, uns imaginam que a pessoa fez e só faz sentido pra ele, outras pessoas se quer procuram dar algum sentido ao verso, outras pessoas se identificam mais, outras menos, outras sentem como o autor, de se emocionarem tanto, se quer querem saber se o verso tem significado ou não para o autor, é lindo e pronto. As vezes, o verso fala na alma do leitor, esse o relaciona com outros, outros versos, outros autores, imagina como aquele seu autor favorito fez para escrever o verso, será que ele pensou em uma mulher ? será ? ele pode ter pensado num homem, e daí ?
O que será que o artista estava pensando quando escreveu isso ? quando pintou isso ? quando compôs aquela música que a gente tanto gosta ? Talvez, o artista nunca devesse explicar ou, tentar explicar seus versos, talvez, será que ele seria mais honesto deixando a pessoa divagar sobre qual motivo o(a) levou a escrever ? é paranóia ? ou é exatamente o tratamento ou de repente, a cura da paranóia ? uma doença ? quem dera contagiosa !! nunca pergunte a um autor se ele gostaria se você resolvesse fazer um verso, isso é um crime, é como perguntar a idade de uma mulher, ou talvez pior, ele quer virar seu fã, como não gostaria que você escrevesse ? talvez esse seja o único sonho do autor, ver você escrever um verso.
Esse verso, versinho, que você acabou de ler, rsrsrsrs sou otimista, talvez um péssimo otimista, mas otimista sempre, escrevi por sentimento a um homem, veja você, um homem bom, que quando foi vice-presidente do então presidente Lula, discordou e declarou sua posição em relação aos impostos pagos pelos brasileiros, fincou sua posição e declarou abertamente que o governo Lula poderia reduzir mais impostos do que até então havia reduzido. Um vice-presidente critico e com autonomia para discordar abertamente do governo do qual fazia parte, por ser um homem honesto. Quantos políticos você conhece que agiria assim ? honestamente ?
O governo Lula pode ter tido defeitos, aliás, todo governo humano deve por princípio ter defeito, ou não será humano. Agora, o que vemos na política brasileira é a ascensão de um governo perfeito, sem pobres, principalmente, mas também sem LGBTs, e Qs e tal, sem negros, sem mulheres, sem terras, sem povos, indígenas e originários, isso, assim, juntos para não serem identificados como povos autônomos e capazes, como será o ministério do governo perfeito que a partir de 1° de Janeiro assumirá. Nesse governo perfeito, a educação não terá vez, sua valorização se dará através do fato que deve-se ensinar ao professor(a) andar armado, bem, talvez não será tão fácil nos convencer, professor(a) em formação ou professor(a).
Ensinar ao professor(a) que ele(a) deve andar armado(a) ou mais, esperar dele que ensine que as pessoas devam andar armadas, talvez não seja um dos desejos mais profícuos para um(a) professor(a). Mas o governo perfeito quer a perfeição, e o que pode ser mais perfeito que um cadáver afinal ? Zeca pagodinho cantou, "Eu um dia me aprumo [..] tenho fé no meu apego". Por isso as armas ? boa pergunta, para aprumar as pessoas na horizontal ? me pergunto qual outra resposta que se deseja quando se incentiva, ou autoriza, ou permite ao sujeito ter uma arma ? para deixar as pessoas na vertical é que não é, ou será ? mas com armas ?.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Haddad Professor

Sou haddad sim "sinhô"
Sou Haddad meu amigo
Sou Haddad professor

Sou Haddad no sertão
No agreste e litoral
Sou Haddad no Sudeste
E onde mais for tropical

Me perguntam se tenho medo
De perder para uma fascista
Respondo com segurança
Que é ele quem se arrisca

De onde vem a minha força
Pra você que quer saber
Sou Brasil e me orgulho
Orgulho de lhe defender

"Eu sou negro,sou indígena
Quilombola,sou povos do campo
Sou cigano, sou mulher
Periferia,comunidade LGBT"









sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Poema de Arnaldo Antunes

https://www.facebook.com/arnaldo.antunes/videos/565095333910192/?__xts__%5B0%5D=68.ARDkdyXoLdaYf92L7PDMrxxo1GImTOTVwC5NNrh-i_bR6gVgB1J7JoolCLjKUzJ7nYP76LSWJJ6xaSO8tyqQCga3ViL7Tb8yJJnzFssrN_QUO-nilObHYvP1y8VXo5g4hJImgAoqG-IPluoMCQgAbkTxDPeCH7Nbcv43PwCbvi06hZ7i2bXWZQ&__tn__=K-R

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

O Otimismo contra o Fascismo

Sou um otimista,talvez,um péssimo otimista pois,mesmo sabendo que a política brasileira nunca foi lá essas coisas e que agora piorou com a contribuição de parte da nossa justiça, continuo acreditando que o fascismo fomentado e alimentado por parte dessa "justiça" será derrotado nas urnas. Mas só estou acreditando porque acredito na força da mulher brasileira.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Estudante Equilibrista

Levanta da cama menina
Olha que horas são
Você não faz nada na vida
Para de lamentação

Acorda na hora menino
Vê se não vai se atrazar
A tua escola te espera
Hoje não vou te levar

Estuda que hoje tem prova
Ler texto não é trabalhar
Trabalho enobrece a gente
E você só faz estudar

Não esqueça da sua lição
Equilibra esse lápis na mão
Escreve em letras bem grandes
Serei o futuro da nação.



quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Dilma Rousseff e o Tratado de Misoginia



O Impeachment realizado contra a presidenta eleita Dilma Rousseff no ano de 2016, representou mais do que pudemos perceber no calor do momento, até por conta da perplexidade que nos arrebatou diante do que imaginávamos impossível de se materializar. Movidos pelo momento de emoção em que se deu o impeachment, não nos foi possível perceber de imediato nuances que, agora, com um pouco mais de distanciamento temporal nos é permitido. Hoje, podemos perceber que o impeachment foi muito além de um golpe contra a democracia, contra a soberania do voto popular, tratou-se também do maior crime de manipulação de um gênero visando retirar desse mesmo gênero, e de outros, através de um suposto e amplamente divulgado processo legal, porém, contendo os mais sórdidos, indeclaráveis e reais motivos em suas entrelinhas misóginas. O processo, maquiado pela forma de divulgação da mídia de massa brasileira, que tem como principal característica não a notícia em si, mas a não divulgação de notícias essenciais, como é sabido e reconhecido nacional e internacionalmente a prática de tal jornalismo pela velha mídia nacional, aqui também essa prática se revela.
Considerada prática de excelência jornalística, essa prática flexível, de divulgar o que convém e favorece a velha mídia e esconder o que não lhe convém, se adapta as mais diversas situações, todas quantas forem necessárias, se a notícia é a favor dos ideais da mídia, ela divulga, se não for a favor dos ideais da mídia, ela simplesmente não noticia, como exemplo, podemos citar o assunto regulamentação da mídia, assunto clandestino, regulamentação é uma palavra impronunciável publicamente por qualquer jornalista dessa nossa velha mídia, sob pena de quem a pronunciar ir fazer algum trabalho internacional bem remunerado sobre o inverno na Sibéria.  Essa sutileza da mídia em manipular a notícia, atinge sua perfeição quando, sob o pretexto do impeachment, produz, na verdade, um Tratado de Misoginia ao alienar grande parte da população feminina, e colocar essa população contra uma presidenta, eleita democraticamente pelo voto popular, cidadã que provou-se honesta, em uma situação que chega ao limite do constrangimento.
Apenas esse fato, de constranger a presidenta e concordar com a notícia, essa divulgada pela mídia, que a presidenta era incompetente, já seria uma comprovação de práticas misóginas e machistas apoiadas pela velha mídia em favor, também, de seus interesses, mas vai muito além e culmina com a perda de direitos conquistados pelo gênero feminino a custa de muita luta, direitos perdidos que vão desde a ocupação de cargos estratégicos nas mais diversas empresas, passa pelo não reconhecimento de uma real necessidade de isonomia salarial com o gênero masculino, e vai até a perda da autonomia sobre seu próprio corpo, essa, bem caracterizada numa foto convite divulgada por um dono de prostíbulo.
Esse Tratado de Misoginia, elaborado e executado pela elite entreguista brasileira, com apoio dos meios de comunicação de massa, proporcionou o reconhecimento do ato impeachment, como uma prova do grande e inescrupuloso poder de manipulação dessa velha mídia. A manipulação da população nesse fatídico episódio, nos levou à compreensão de que essa população, especialmente a população feminina, foi vítima de uma falsidade ideológica, no sentido lato pois o impeachment não produziu documento que pudesse ser assinado, e, assim, corroborado pela maioria da população feminina. O agora já considerado por nós como Tratado de Misoginia, não produziu documento democrático algum justamente por ser um ato covarde e dissimulado, como normalmente são os atos misóginos e machistas, deixando para trás, pelo contrário, um rastro de dificuldades que transcendem uma explicação legal, e dificultam, se não impossibilitam, provar que de fato houve um crime.
Sem atentar, aqui, para o que diz o código penal sobre falsidade ideológica, o fato é que uma grande parte da população, manipulada, alienada, teve seus direitos usurpados sem se dar conta, acreditando, inclusive, (e me refiro, claro, a uma parte da população, já que o plano de manipulação e alienação contava, certamente, com alguma resistência por parte de mulheres emponderadas, esclarecidas e conscientes), que seu apoio ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff, demonstrado usando camisas verde e amarela e batendo panelas, não era algo ridículo e sim, algo honroso e digno.
                                                                            (Caruaru 02/08/2018)

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Raul Seixas e o Quarto Período (paródia da música Cawbóy Fora da Lei)


HERÓI FORA DA LEI

Mamãe não quero ser perfeito
Pode crer eu não mereço
E o PIBIC vai querer me convocar
Já li textos e jornais
Mentir sozinho eu sou capaz
Minha PPP ta aí para provar

Papai não quero ler mais nada
Esse período faz que não se acaba
E as exatas cobra a minha luz (minha luz)
Não aprendi quando era cedo
Deus me livre eu tenho medo
De matemática que é a minha cruz

Eu não sou besta pra achar que sou Einstein
Macunaíma é meu herói
Herói fora da lei
Durango Kid é muito bom mas é gibi
Tem muito Cambi por aqui
E eu só queria português








domingo, 24 de junho de 2018

As Cocadas Cora Coralina



Eu devia ter nesse tempo dez anos. Era menina prestimosa e trabalhadeira
à moda do tempo.

Tinha ajudado a fazer aquela cocada. Tinha areado o tacho de cobre
e ralado o coco. Acompanhei rente à fornalha todo o serviço, desde a
escumação da calda até a apuração do ponto. Vi quando foi batida e
estendida na tábua, vi quando foi cortada em losangos.

Saiu uma cocada morena, de ponto brando atravessada de paus de
canela cheirosa. O coco era gordo, carnudo e leitoso, o doce ficou
excelente. Minha prima me deu duas cocadas e guardou tudo mais
numa terrina grande, funda e de tampa pesada. Botou no alto da
prateleira.

Duas cocadas só... Eu esperava quatro e comeria de uma assentada
oito, dez, mesmo. Dias seguidos namorei aquela terrina, inacessível. De
noite, sonhava com as cocadas. De dia as cocadas dançavam pequenas
piruetas na minha frente. Sempre eu estava por ali perto, ajudando
nas quitandas, esperando, aguando e de olho na terrina.

Batia os ovos, segurava gamela, untava as formas, arrumava nas
assadeiras, entregava na boca do forno e socava cascas no pesado
almofariz de bronze.

Estávamos nessa lida e minha prima precisou de uma vasilha para
bater um pão-de-ló. Tudo ocupado. Entrou na copa e desceu a terrina,
botou em cima da mesa, deslembrada do seu conteúdo. Levantou a
tampa e só fez: Hiiii...

Apanhou um papel pardo sujo, estendeu no chão, no canto da varanda
e despejou de uma vez a terrina.
As cocadas moreninhas, de ponto brando, atravessadas aqui e ali de
paus de canela e feitas de coco leitoso e carnudo guardadas ainda
mornas e esquecidas, tinham se recoberto de uma penugem cinzenta,
macia e aveludada de bolor.

Aí minha prima chamou o cachorro: Trovador... Trovador... e veio
o Trovador, um perdigueiro de meu tio, lerdo, preguiçoso, nutrido,
abanando a cauda. Farejou os doces sem interesse e passou a lamber,
assim de lado, com o maior pouco caso.

Eu olhando com uma vontade louca de avançar nas cocadas.

Até hoje, quando me lembro disso, sinto dentro de mim uma revolta
– má e dolorida - de não ter enfrentado decidida, resoluta, malcriada e
cínica, aqueles adultos negligentes e partilhado das cocadas bolorentas
com o cachorro.

Conto Cora Coralina, in: Conto com você – vol 2 – coleção Literatura em minha Casa, São Paulo, Editora Global, 2003 (PNBE 2003

A gente ainda não sabia Mario Quintana



A gente ainda não sabia que a Terra era redonda.
E pensava-se que nalgum lugar, muito longe,
deveria haver num velho poste uma tabuleta qualquer
- uma tabuleta meio torta
E onde se lia, em letras rústicas: FIM DO MUNDO.

Ah! Depois nos ensinaram que o mundo não tem fim
E não havia remédio senão irmos andando às tontas
Como formigas na casca de uma laranja.
Como era possível, como era possível, meu Deus,
Viver naquela confusão?
Foi por isso que estabelecemos uma porção de fins de mundo...

terça-feira, 19 de junho de 2018

Encanto

Quanto teu encanto chegar
vai me ferir me arrasar
vou olhar para cima e ver
vou olhar para o lado e só ver
Teus lábios teus olhos teu corpo
acordar e dormir com você

Mas quando teu encanto passar
vou poder me enxergar (respirar)
libertado por um novo encanto
de sorriso segredo e canto
minha vida retomará seu prumo
serei rio de volta a seu curso


domingo, 17 de junho de 2018

sábado, 12 de maio de 2018

Conselhos da Natureza

A natureza me falou
que de tudo ensinou
sem dizer uma palavra
de imagens me fartou

Me mostrou como é bela
uma semente a germinar
a água doce e fria
que da pedra faz jorrar

O brilho do sol que ilumina
a lua a refletir no mar
o rio que corre imponente
a cachoeira a desaguar

Um jardim com muitas flores
onde as abelhas vem pousar
sentir o cheiro do pólem
se abastecer depois voar

Onde vais água cristalina
sementes flores abelhas
árvores rios cachoeiras
pássaros bichos beleza

A natureza fala e é sábia
brisa e ventos são línguas
idiomas de mil repertório
que ouço que sinto ignoro

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Conselhos da Natureza

A natureza é tão sábia
Que de tudo ensinou
Até mesmo como amar
Ser amado e ter amor

Toda semente pede terra
Todo coração pede amor
Arranjei um belo vaso
Muita água luz e calor

Plantei meu coração
Na terra fértil do amor
Porém veio o estio
E sem afeto não vingou


A natureza nos ensina
Que o amor é mesmo assim
Como a semente que se planta
Tem que regar para florir


sábado, 17 de março de 2018

Marielle e Anderson

Algoz frio permissivo e traiçoeiro
Ceifa vidas da favela e do terreiro
Marielle para sempre bem presente
Sua luta continua em nossa mente

Somos tantas lideranças atingidas
Sofremos todas as dores da rajada
Ao falar com esperança e liberdade
Ao procurar empoderar sororidade

Esse ódio insensato e seletivo
Tenta calar quem não teme o inimigo
Que diferente de assassinos e bandidos
Quer mais justiça para o povo oprimido

E esquece que quem luta não desiste
Que a batalha fortalece as raízes
Hoje choramos Marielle assassinada
Amanhã lembraremos sua luta inspirada.

domingo, 11 de março de 2018

Escudo

Há um escudo criado para proteger
Das injustiças que todos vão sofrer
Nesse mundo de valores invertidos
Não o largues para nunca ser vencido

Empunha-o em sinal de resistência
Manter a guarda te fará sobreviver
Das agressões,do açoite e da espada
Que surgirão sem dizer hora marcada

Por ser atacado,arranhado e agredido
Terá em si os traços de quem proteje
Vendo as marcas que nele são causadas
Muitos se entregam e fogem da batalha

Porém a nós não foi dado esse direito
De não lutar,de fugir ou de ter medo
Uns vão dizer que se trata de loucura
Mas bem sabenos nós que é bravura

Por a venda na justiça é nossa causa
Como a razão muitas vezes desprezada
A justiça sem a venda está perdida
Pois sem ela toda lei é corrompida

E o poder que é do povo por direito
Por memória, dignidade e por história
Sendo roubado mesmo ganhando o pleito
Cai no colo do delirante estrangeiro

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Financiadores,Agenciadores,Fascistas e pobres de direita.

     O movimento que se verifica no Brasil do século XXI pode ser considerado uma revolução às avessas,isto é,no ano de 2016 houve a deposição do poder de uma presidenta eleita pelo voto,era o auge desse movimento,iniciado sem muito reconhecimento alguns anos antes em 2013.Considerado por muitos,e não sem razão, um movimento golpista,por outros um movimento fascista,por outros ainda um movimento entreguista,esses movimentos carregam em comum o fato de terem financiadores que, como quem faz um investimento,precisavam de uma garantia de que a deposição da presidenta eleita e a instalação de um governo submisso aos interesses desses financiadores,de fato,acontecesse como arquitetado.
      Dentre esses financiadores a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP)destaca-se por declarar,abertamente e sem qualquer pudor ético ou moral,apoio ao movimento inclusive cedendo espaço em suas dependências para manifestações contra o regime democrático que até então seguia seu curso.Outro financiador se destacou,com menos approach é verdade,com uma abordagem diferente sem patos amarelos e outras parafernálias mas, talvez por vaidade por ter atingido o alvo de seu intento ou, como alega o financiador,por um descuido com a empolgação por parte de um de seus colabores pelo movimento,o nome do bilionário Lemann surge nesse cenário e se ajusta como uma luva ao movimento de 2013,eis alguns ou,talvez,os principais financiadores.
      Mas esses financiadores óbvio,precisavam financiar em frentes produtivas que lhes trouxessem retorno o mais rápido possível,afinal,um plano de deposição de uma presidenta eleita pelo voto popular para se apossar do poder em um país, não pode ser um projeto que se arraste por muito tempo,assim,surgem os agenciadores, ou aliciadores,como queiram.Aqui entra em cena o principal desses agenciadores,principal pois tem dupla função,de aliciar e ao mesmo tempo fazer parte do golpe se beneficiando com os despojos sem,claro,sofrer qualquer contra partida,salvo as já habituais desse agenciador que é a de sempre colaborar com golpes de Estado,a velha mídia brasileira,também chamada de "mídia nativa" pelo célebre jornalista Mino Carta.No caso dessa velha mídia,seu "know how" é imprescindível nesses casos,o modus operandi é,e é preciso reconhecer,maravilhosamente ardiloso ao ponto de uma psicopatia,é quase impossível para alguns resistir aos simpáticos e dissimulados apelos que ela faz,impossível de resistir para outros.Dentre esses simpáticos e dissimulados apelos,pelo movimento que se constrói e pelo golpe,para não ficar apenas no campo da elucubração(e sendo o mais generoso com essa velha mídia que um ser humano com um mínimo de senso crítico pode ser),estão suas corriqueiras práticas de reduzir o pensamento de todo um país ou de todo um povo ao de seus especialistas,essa tática já é praticada a tanto tempo por essa velha mídia,especialmente pela rede globo mas também por todos os outros meios de massa (sem tanta expressão mas que seguem essa mesma expertise),que já se chegou ao nível da perfeição.
      Essa prática dissimulada e sutil de redução do pensamento das pessoas aos de seus interesses,melhor dizendo,de seus especialistas,ou vice versa,remonta aos primórdios da criação dessa emissora.Houve apenas um período de esperança em que essa emissora pode escolher entre continuar a ser dissimulada ou deixar essa prática,digamos,pouco recomendável,(de novo,sendo o mais generoso possível com uma rede de emissoras que é uma concessão pública)foi o período em que a rede globo teve em seus quadros o democrático jornalista Paulo Henrique Amorim,não sei quantos admitem isso mas o sociólogo e político de formação,PHA,foi um divisor de águas do jornalismo da emissora citada, além, claro, de uma excelente oportunidade perdida pela emissora de deixar as práticas de se comunicar por sandices,como infelizmente faz até os dias atuais.O jornalismo da rede globo sempre produziu,em seus melhores momentos,sandices,nos piores,golpes contra o Brasil,mesmo o jornalista PHA sendo obrigado a se comunicar por sandices quando funcionário dessa emissora,ao menos o fazia com inteligência,sem mostrar apego em suas expressões,diferente do que fazem hoje alguns subservientes jornalistas(os quais a emissora gentilmente os classifica como sendo "humildes").
      Mas,como dizem,a fila anda,e com ela surgem as tecnologias que até os conservadores que, por obra e graça da natureza têm suas mentes paradas no tempo,precisam recorrer a elas,e os financiadores precisam da internet para dar um ar jovial a uma prática vergonhosa e tão antiga quanto são antiquados os autores desses achaques à democracia.Agora, não mais a velha mídia corrompida desde sempre é o suficiente,é preciso também corromper a internet,os sítios precisam se tornar agenciadores,afinal,a migração das pessoas para as novas tecnologias não as podem poupar das habituais práticas da velha mídia,as pessoas precisar ser sempre confundidas,e,nada melhor que jovens inteligentes e muito,mas muito bem informados,por que não dizer muito,mas muito bem amestrados para disseminar os ideias dos colonizadores,como sempre,sob um aparente ar de novidade.
      Até aqui buscamos,nesse humilde porém não subserviente artigo,caracterizar as práticas dos financiadores e dos agenciadores,vejamos onde se encontram os fascistas e os pobres de direita.Os fascistas são,em sua imensa maioria,meritocratas,herdeiros de fortunas ou funcionários do Estado que recebem salários privilegiados por suas funções,conseguidos graças a seus méritos,claro.Esses herdeiros ou funcionários privilegiados são os verdadeiros fascistas,possuem características que agradam tanto aos financiadores quanto aos agenciadores,aos financiadores porque não precisam gastar muito com eles,já ganham bem o suficiente,e aos agenciadores por serem facilmente cooptáveis por carregarem consigo frustrações as mais variadas,inadmissíveis do ponto de vista deles,vejamos algumas.
      Frustração por não ganharem mais dinheiro ou receberem muito menos do que merecem;frustração por não poderem gastar todo o dinheiro do Estado em proveito próprio como realmente gostariam e se tornarem,enfim,financiadores de golpes entre outras benesses;frustração por não poderem fazer o que querem com as leis do país,(isso alguns conseguem mesmo tendo que pedir desculpas depois).Mas a principal característica dos fascistas é e sempre será o ódio para com a democracia,pensar em justiça e inclusão social,principais características da democracia,é tão agradável para um fascista quanto é agradável para um jovem atacante de futebol,recém contratado por uma grande equipe,participar de todo um campeonato sendo escalado em todos os jogos e não marcar um gol.
      Chegamos enfim ao desfecho dessa nossa humilde,porém não subserviente busca por uma compreensão do que se passa atualmente "nesse Brasil de caboclo de mãe preta e pai João",para não esquecer de fazer referência,e reverência,aos nossos queridos guerreiros repentistas do Nordeste brasileiro.
      Quanto aos pobres de direita,são todos os incautos,aqueles que,por serem bombardeados,assediados,aliciados,elogiados,afagados por toda espécie do que aparenta ser notícia verdadeira,jornalismo e justiça imparcial,acabam confundindo humildade com subserviência.bye.