domingo, 9 de dezembro de 2018

CONSERVADORISMO: Preconceito e discriminação


Existe uma relação de tempo e de pensamento de época para época que precisa ser levado em consideração. A cada geração, novas informações são divulgadas, novos ensinamentos são proporcionados, novos costumes surgem, novas formas de se expressar e de demonstrar sentimentos assim como novas maneiras de comportamentos e de relacionamentos, tanto fora quanto dentro da escola, nas comunidades urbanas e campesinas e mesmo no meio acadêmico por serem comportamentos sociais. 
Mudam as épocas e os costumes, novas tecnologias surgem e com essas novas tecnologias novas redes de relacionamentos se disseminam, atualmente são o que convencionamos chamar de redes sociais. Essas, diminuem as distâncias entre as pessoas, aproximam, mas também distanciam, pois são constituídas por pessoas de diferentes concepções políticas, ideológicas, de aprendizagens e de hábitos culturais diferentes. A diversidade e a compatibilidade de hábitos e culturas diferentes podem aproximar, de uma forma positiva, para que haja a construção de novas identidades mais tolerantes, ou distanciar, negativamente, pelas mesmas razões, política, ideológica etc., trazendo intolerância, discriminação e preconceitos.
Alguns hábitos e comportamentos são, ou inventados para não se modificarem, ou reproduções de hábitos que não se deseja que mudem por motivos político - ideológicos, por serem práticas sociais estabelecidas e que, se não mudarem, continuarão favorecendo grupos sociais, em geral mais favorecidos, e que detêm o poder sobre os mais diversos meios de produção, logo, detêm o poder sobre a formação do inconsciente coletivo, ou, do que se divulga como sendo o pensamento daquela geração. Essa reprodução do modelo conservador produz hábitos e costumes que serão vistos como novos hábitos e novos costumes, porém, muitas vezes não o são, ou, na maioria das vezes não são, como dissemos, são reproduções de costumes, hábitos que se desejam perpetuar, ou, como podemos ver atualmente, por conta das eleições brasileiras de 2018, institucionalizar.
Essa busca da classe dominante em perpetuar e, de uma maneira absolutamente inversa ao que se pode entender como desenvolvimento humano, institucionalizar dogmas conservadores, leva a construção de hábitos e costumes em geral discriminadores e preconceituosos. O modelo conservador, e aqui chamamos de modelo, por não considerarmos como pensamento a reprodução de hábitos e costumes existentes e que, com o passar do tempo foram adaptados, ou seja, não são pensados para ou com as novas gerações, mas apenas, como dissemos, reproduzidos e adaptados a essas novas gerações para que se tornem novos hábitos e costumes e sirvam de referência
Outros comportamentos que, aí sim, podemos considerar pensamento por serem críticos, adquiridos através não apenas do conhecimento acumulado das gerações anteriores, mas considerando as novas realidades de hábitos e costumes da geração atual pensando nas próximas gerações que virão, para que essas sejam menos discriminadoras e preconceituosas e não se comportem, justamente apenas reproduzindo discriminações e preconceitos que, em muitos casos, outras culturas já abandonaram por perceberem, ou acabarem percebendo, muitas vezes de maneira sofrida, que a reprodução de hábitos conservadores,  em geral discriminadores e preconceituosos não produzem efeitos positivos em suas sociedades, muito pelo contrário, levam, exatamente, ao que se pretende, enquanto sociedade civilizada, que não aconteçam mais, que são os distúrbios sociais motivados por discriminações e preconceitos.
Assim, a classe dominante, e consideramos classe dominante a elite que detêm os meios de comunicação e produção, busca adaptar seu modelo, inventando, principalmente através da manipulação da opinião das pessoas através dos mais diversos meios de comunicação, mentiras que, reproduzidas tantas vezes, acabam se tornando ou, se pretendem que se tornem “verdades” insofismáveis. Esse comportamento das elites é uma característica do modelo conservador, e podemos observar de maneira, hoje, muito clara, justamente por conta da evolução das novas tecnologias e, consequentemente, do surgimento e da multiplicação das redes sociais. O sentimento conservador disseminado nas redes sociais, fica a cada dia mais evidente, especialmente quando do acontecimento de eventos sociais, como, por exemplo, uma campanha eleitoral.
Essas considerações, ou compreensões, como queiram, foram pensadas a partir da vivência do autor que, desde muito cedo, enfrentou preconceitos e discriminações dos mais variados tipos, alguns, típicos de uma época que, se não fosse exatamente o modelo conservador, já poderiam ter sido superados porém, permanecem como que na expectativa de serem implantados novamente para serem, de novo, vividos pelas novas gerações, que, no Brasil, fruto do descaso com a educação, não se apercebem dos riscos desse modelo de reprodução conservadora de comportamento, que, a qualquer momento, dependendo de alguns “ventos”, fatores favoráveis, podem se reestabelecer.
Procurando identificar esse hábito de reprodução de comportamento, comum entre elites dominantes, especialmente referente à realidade que se apresenta óbvio, a sociedade em que vivemos, alguns chamam de fascismo, uns com conhecimento de causa, outros nem tanto.
David Soares da Silva Júnior 5° Período de Pedagogia UFPE - CAA

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