Existe
uma relação de tempo e de pensamento de época para época que precisa ser levado
em consideração. A cada geração, novas informações são divulgadas, novos
ensinamentos são proporcionados, novos costumes surgem, novas formas de se
expressar e de demonstrar sentimentos assim como novas maneiras de comportamentos
e de relacionamentos, tanto fora quanto dentro da escola, nas comunidades
urbanas e campesinas e mesmo no meio acadêmico por serem comportamentos sociais.
Mudam as
épocas e os costumes, novas tecnologias surgem e com essas novas tecnologias novas
redes de relacionamentos se disseminam, atualmente são o que convencionamos
chamar de redes sociais. Essas, diminuem as distâncias entre as pessoas, aproximam,
mas também distanciam, pois são constituídas por pessoas de diferentes concepções
políticas, ideológicas, de aprendizagens e de hábitos culturais diferentes. A
diversidade e a compatibilidade de hábitos e culturas diferentes podem
aproximar, de uma forma positiva, para que haja a construção de novas
identidades mais tolerantes, ou distanciar, negativamente, pelas mesmas razões,
política, ideológica etc., trazendo intolerância, discriminação e preconceitos.
Alguns
hábitos e comportamentos são, ou inventados para não se modificarem, ou
reproduções de hábitos que não se deseja que mudem por motivos político -
ideológicos, por serem práticas sociais estabelecidas e que, se não mudarem,
continuarão favorecendo grupos sociais, em geral mais favorecidos, e que detêm
o poder sobre os mais diversos meios de produção, logo, detêm o poder sobre a
formação do inconsciente coletivo, ou, do que se divulga como sendo o
pensamento daquela geração. Essa reprodução do modelo conservador produz hábitos
e costumes que serão vistos como novos hábitos e novos costumes, porém, muitas
vezes não o são, ou, na maioria das vezes não são, como dissemos, são reproduções
de costumes, hábitos que se desejam perpetuar, ou, como podemos ver atualmente,
por conta das eleições brasileiras de 2018, institucionalizar.
Essa
busca da classe dominante em perpetuar e, de uma maneira absolutamente inversa
ao que se pode entender como desenvolvimento humano, institucionalizar dogmas
conservadores, leva a construção de hábitos e costumes em geral discriminadores
e preconceituosos. O modelo conservador, e aqui chamamos de modelo, por não considerarmos
como pensamento a reprodução de hábitos e costumes existentes e que, com o passar
do tempo foram adaptados, ou seja, não são pensados para ou com as novas
gerações, mas apenas, como dissemos, reproduzidos e adaptados a essas novas
gerações para que se tornem novos hábitos e costumes e sirvam de referência
Outros
comportamentos que, aí sim, podemos considerar pensamento por serem críticos, adquiridos
através não apenas do conhecimento acumulado das gerações anteriores, mas
considerando as novas realidades de hábitos e costumes da geração atual
pensando nas próximas gerações que virão, para que essas sejam menos
discriminadoras e preconceituosas e não se comportem, justamente apenas
reproduzindo discriminações e preconceitos que, em muitos casos, outras
culturas já abandonaram por perceberem, ou acabarem percebendo, muitas vezes de
maneira sofrida, que a reprodução de hábitos conservadores, em geral discriminadores e preconceituosos não
produzem efeitos positivos em suas sociedades, muito pelo contrário, levam,
exatamente, ao que se pretende, enquanto sociedade civilizada, que não aconteçam
mais, que são os distúrbios sociais motivados por discriminações e preconceitos.
Assim, a
classe dominante, e consideramos classe dominante a elite que detêm os meios de
comunicação e produção, busca adaptar seu modelo, inventando, principalmente
através da manipulação da opinião das pessoas através dos mais diversos meios
de comunicação, mentiras que, reproduzidas tantas vezes, acabam se tornando ou,
se pretendem que se tornem “verdades” insofismáveis. Esse comportamento das
elites é uma característica do modelo conservador, e podemos observar de
maneira, hoje, muito clara, justamente por conta da evolução das novas
tecnologias e, consequentemente, do surgimento e da multiplicação das redes
sociais. O sentimento conservador disseminado nas redes sociais, fica a cada
dia mais evidente, especialmente quando do acontecimento de eventos sociais,
como, por exemplo, uma campanha eleitoral.
Essas
considerações, ou compreensões, como queiram, foram pensadas a partir da
vivência do autor que, desde muito cedo, enfrentou preconceitos e
discriminações dos mais variados tipos, alguns, típicos de uma época que, se
não fosse exatamente o modelo conservador, já poderiam ter sido superados
porém, permanecem como que na expectativa de serem implantados novamente para
serem, de novo, vividos pelas novas gerações, que, no Brasil, fruto do descaso
com a educação, não se apercebem dos riscos desse modelo de reprodução
conservadora de comportamento, que, a qualquer momento, dependendo de alguns
“ventos”, fatores favoráveis, podem se reestabelecer.
Procurando
identificar esse hábito de reprodução de comportamento, comum entre elites
dominantes, especialmente referente à realidade que se apresenta óbvio, a
sociedade em que vivemos, alguns chamam de fascismo, uns com conhecimento de
causa, outros nem tanto.
David
Soares da Silva Júnior 5° Período de Pedagogia UFPE - CAA
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