Quando se vai o barulho do dia
Quando cessam os sons dos passos
Quando não mais se ouve algazarra
Quando a noite chega e o cansaço grita
Quando as pessoas somem na penumbra
Quando se despedem e partem
Quando ficamos enfim a sós
Quando nos debruçamos em nosso leito
Ele chega sorrateiro e discreto
Querendo sempre nos dizer algo
Como quem sabe de muitos segredos
Como quem sabe o que queremos ouvir
E ansioso nos deseja encontrar
E habilidoso nos faz enxergar
Além do mundo que vemos
Quando despertados estamos
Com paciência aguarda o momento
Desperto em meio a sonolência
Aí as vezes se mostra turbilhão
As vezes apenas agradável sobrevoo
Se te tocarem se vai de repente
Se te chamarem ele parte ligeiro
Deixando para trás as vezes desejo
Deixando para trás as vezes alívio