Levanta da cama menina
Olha que horas são
Você não faz nada na vida
Para de lamentação
Acorda na hora menino
Vê se não vai se atrazar
A tua escola te espera
Hoje não vou te levar
Estuda que hoje tem prova
Ler texto não é trabalhar
Trabalho enobrece a gente
E você só faz estudar
Não esqueça da sua lição
Equilibra esse lápis na mão
Escreve em letras bem grandes
Serei o futuro da nação.
segunda-feira, 20 de agosto de 2018
quinta-feira, 2 de agosto de 2018
Dilma Rousseff e o Tratado de Misoginia
O Impeachment realizado contra a presidenta
eleita Dilma Rousseff no ano de 2016, representou mais do que pudemos perceber
no calor do momento, até por conta da perplexidade que nos arrebatou diante do
que imaginávamos impossível de se materializar. Movidos pelo momento de emoção
em que se deu o impeachment, não nos foi possível perceber de imediato nuances
que, agora, com um pouco mais de distanciamento temporal nos é permitido. Hoje,
podemos perceber que o impeachment foi muito além de um golpe contra a
democracia, contra a soberania do voto popular, tratou-se também do maior crime
de manipulação de um gênero visando retirar desse mesmo gênero, e de outros,
através de um suposto e amplamente divulgado processo legal, porém, contendo os
mais sórdidos, indeclaráveis e reais motivos em suas entrelinhas misóginas. O
processo, maquiado pela forma de divulgação da mídia de massa brasileira, que
tem como principal característica não a notícia em si, mas a não divulgação de
notícias essenciais, como é sabido e reconhecido nacional e internacionalmente
a prática de tal jornalismo pela velha mídia nacional, aqui também essa prática
se revela.
Considerada prática de excelência
jornalística, essa prática flexível, de divulgar o que convém e favorece a
velha mídia e esconder o que não lhe convém, se adapta as mais diversas
situações, todas quantas forem necessárias, se a notícia é a favor dos ideais
da mídia, ela divulga, se não for a favor dos ideais da mídia, ela simplesmente
não noticia, como exemplo, podemos citar o assunto regulamentação da mídia,
assunto clandestino, regulamentação é uma palavra impronunciável publicamente
por qualquer jornalista dessa nossa velha mídia, sob pena de quem a pronunciar
ir fazer algum trabalho internacional bem remunerado sobre o inverno na
Sibéria. Essa sutileza da mídia em
manipular a notícia, atinge sua perfeição quando, sob o pretexto do
impeachment, produz, na verdade, um Tratado de Misoginia ao alienar grande
parte da população feminina, e colocar essa população contra uma presidenta,
eleita democraticamente pelo voto popular, cidadã que provou-se honesta, em uma
situação que chega ao limite do constrangimento.
Apenas esse fato, de constranger a presidenta
e concordar com a notícia, essa divulgada pela mídia, que a presidenta era
incompetente, já seria uma comprovação de práticas misóginas e machistas
apoiadas pela velha mídia em favor, também, de seus interesses, mas vai muito
além e culmina com a perda de direitos conquistados pelo gênero feminino a
custa de muita luta, direitos perdidos que vão desde a ocupação de cargos
estratégicos nas mais diversas empresas, passa pelo não reconhecimento de uma
real necessidade de isonomia salarial com o gênero masculino, e vai até a perda
da autonomia sobre seu próprio corpo, essa, bem caracterizada numa foto convite
divulgada por um dono de prostíbulo.
Esse Tratado de Misoginia, elaborado e
executado pela elite entreguista brasileira, com apoio dos meios de comunicação
de massa, proporcionou o reconhecimento do ato impeachment, como uma prova do
grande e inescrupuloso poder de manipulação dessa velha mídia. A manipulação da
população nesse fatídico episódio, nos levou à compreensão de que essa
população, especialmente a população feminina, foi vítima de uma falsidade
ideológica, no sentido lato pois o impeachment não produziu documento que
pudesse ser assinado, e, assim, corroborado pela maioria da população feminina.
O agora já considerado por nós como Tratado de Misoginia, não produziu
documento democrático algum justamente por ser um ato covarde e dissimulado,
como normalmente são os atos misóginos e machistas, deixando para trás, pelo
contrário, um rastro de dificuldades que transcendem uma explicação legal, e
dificultam, se não impossibilitam, provar que de fato houve um crime.
Sem atentar, aqui, para o que diz o código
penal sobre falsidade ideológica, o fato é que uma grande parte da população,
manipulada, alienada, teve seus direitos usurpados sem se dar conta, acreditando,
inclusive, (e me refiro, claro, a uma parte da população, já que o plano de
manipulação e alienação contava, certamente, com alguma resistência por parte
de mulheres emponderadas, esclarecidas e conscientes), que seu apoio ao
impeachment da presidenta Dilma Rousseff, demonstrado usando camisas verde e
amarela e batendo panelas, não era algo ridículo e sim, algo honroso e digno.
(Caruaru 02/08/2018)
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