quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Sobre o Discurso do Medo

    Barack Obama deixa o governo dos Estados Unidos e,entre outras coisas,fala sobre o comportamento das pessoas em redes sociais,fala sobre como as pessoas criam círculos de amizades onde só aceitam pessoas que tenham o mesmo discurso,as mesmas aspirações,o mesmo pensamento e não aceitam,ou acabam por excluir,o discurso que não lhes convêm.Esse comportamento,visto por Obama e por alguns pensadores modernos,como a criação,pelas pessoas,de círculos de intolerância,precisa ser bem entendido em seus vários aspectos.Primeiro,sim,existem pessoas que procuram se isolar em grupos que só aceitam pessoas com as mesmas opiniões,ou com opiniões simpatizantes,e isso realmente é preocupante,mas existem,como já disse,outros aspectos que precisamos analizar,e valorizar determinadas atitudes,esquecidas dos que apoiam esse discurso,o discurso de que as pessoas estão se isolando,de que estão perdendo a capacidade de ouvir a opinião alheia se ela for contrária a sua,de que as pessoas têm medo de se relacionar com o outro se este tiver uma opinião divergente da sua.Segundo,as redes sociais são espaços democráticos,tão democráticos que são estranhos a alguns,não são todas as pessoas que habitam espaços democráticos dentro e fora das redes sociais,dentro e fora do seu pensamento,isto é,não são todas as pessoas que possuem um pensamento democrático amadurecido.Terceiro,as atitudes esquecidas por quem faz esse tipo de discurso,e merecem ser valorizadas,são as atitudes humanas e éticas por parte dos usuários das redes sociais,que não admitem em seus grupos,pessoas com comportamentos racistas,fascistas,violentos,e quando falo de violência,não me refiro só a violência física,essa,facilmente identificável e excluída,falo da ética nos grupos de não aceitarem bullying,violência contra os sentimentos dos seres humanos e dos animais,idosos,crianças,de não aceitarem homofobia ou misóginia.Por último,mas não menos importante,eis as questões e os por quês de alguns grupos se isolarem,e os elogios esquecidos,as atitudes não valorizadas.Primeira questão:O quê dizer a um fascista se não excluí-lo ? Dissuadí-lo ? talvêz se possa dissuadir um fascista,não é fácil,o fascista convícto ganha dinheiro com sua "causa",ou o poeta Cazuza estava errado quando disse: "Transformam um país inteiro num puteiro,pois assim se ganha mais dinheiro".Agora,uma questão não tão simples,e a essa,peço encarecidamente ajuda aos mestres,o que dizer a um fascista que se quer sabe que é fascista ? "creia ilustre companheiro" não há vã filosofia suficiente para respondê-la,ao primeiro, pode-se de alguma forma lhe inviabilizar finaceira ou políticamente,mas quanto ao segundo ? dizia com propriedade um professor que conheci,o que a ciência e a religião não explicam,a filosofia explica,pois bem,eis a questão,confesso que foge a minha compeensão,talvez pela resposta ser óbvia,talvez seja um caso clássico onde a pergunta é mais importante que a resposta.Em resumo,um fascista não gosta de democracia,e um que é fascista sem saber,não sabe nem o que é gostar.Podemos estender essa primeira questão,que na verdade são duas,ao racismo,se você responde a um racista na sua rede social,você de alguma forma compartilha seu pensamento,o ajuda a divulgar,isso acontece com a volência,o bullying,o ódio,daí não podermos criticar alguns grupos que se isolam nas redes sociais,sem observar antes os aspectos desse isolamento,generalizar,é deixar de valorizar os que não compartilham com o ódio.